E ela presumia com aquilo há dias. E de repente ela vê
aquele par de alianças sobre sua cama com um bilhete. Ficou afônica em estado de choque. Duas alianças de
compromisso e um cartão em formato de coração. Não sabia o que pensar. Seria apenas
uma pegadinha? Ela há tempos imaginava com aquela aliança prateada de
compromisso em seu dedo. Mas o relacionamento deles era tão ambíguo. Um amor dúbio,
ela já não sabia se era amor. Mas andava a sonhar com o pacto, com o privilégio
exclusivo. Pois alianças são contratos de direito. Agora, daqui em diante, as
alianças nos dedos simbolizavam a posse de um sobre o outro. Estampilhavam o
amor como conveniência acertada em cartório. Ela sempre evitava pensar em ser
um monopólio, tinha repulsas em pensar que um dia seu nome podia ser modificado
com o nome de um patentear. Ela que sempre negou isso, mas que há dias sonhava
em ter nos dedos um contrato de compromisso. Era estranho, mas de seus olhos
emanavam lamúrias de alegria, euforia indispensável e inexplicável. Não contivera
ainda audácia de pôr-se, de tocar, de ler o cartão. O mundo rodava em seus
olhos. Em uma atitude de bravura lê o coração, lê com o coração a frase “namora
comigo?”. Poderia ser um sonho, mas não era ela estava despertada e aquilo era
a veracidade. Naquele momento recusou todas suas teses e antíteses sobre o amor
e os conceitos burgueses da tradição familiar. E gritou sozinha, gritou –Sim,
sim eu aceito- e sorria entre choros... O amor, a propriedade a entrega encontrar-se
inventada. Depressa era eles propriedades um do outro distinguido com o pacto Pré-nupcial.
09/03/13
Rodrigo Szymanski
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