segunda-feira, 3 de setembro de 2012


Seus olhos se cruzaram devagar. As mãos estavam entrelaçadas, mas não existia palavra alguma. A cabeça dela repousava sobre o peito dele. Seu rosto se apoiava naqueles cabelos delicados. Ela sentia o coração dele que batia em ritmos desacelerados. O horizonte  resplandecia em seus rostos. Silêncio. Era a única ação deles. Não necessitavam de vocábulos. Seus corpos se descobriam no segredo do querer bem. Paz, seus olhos faiscavam paz. Uma paz carinhosa e sutil. O tempo parecia ancorado no tempo dos dois. Eram unicamente dois. Escasso era o que  sabiam  um do outro. Eram diferentes. Os pés zombavam inocência do tempo. Não existia tempo. Não para eles ali. Talvez fosse a ultima vez. Quem sabe o amor partisse simplesmente naquela estação.  As flores brotavam em seu tempo. Quiçá as flores ao mesmo tempo amavam como eles dois se namoravam. Os olhos se cruzam um sorriso delicado nos lábios. O tempo com toda cordialidade permanecia acuado. Um beijo passou a haver para o delírio das flores que emanavam amor.

Rodrigo Szymanski
03/09/2012 

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