Sinto a amargura em minha boca
um suave gosto enojado
mente poluída pela mentira
insisto em beber gotas de verdade
garrafas sobre a mesa desgosto
busco ao redor a certeza do existir
imagem fosca do sol meio dia
não almoço mais as sobras da vida
encosto minha cabeça no chão
vejo a latente prisão liberdade
sinto a mais profunda carência
resisto a solidão passageira multidão
boca seca pela amargura do vinho
perdi meus mais nobres sentimentos
esqueço a canção mpb do violão
busco sem querer a fuga da mesa
acompanho as incertezas do teu "eu"
talvez um "eu" mais meu
giro o mundo calado
indeciso pelo vinho amargo seco
levanto embriagado ainda rodeado
e tento pouco alucinado encarar meu quarto
desisti de ler os clássicos esquecidos
anúncio a todos o meu descaso
procuro pelo "eu" nas garrafas
encontro e desencontros desafios rudimentares
seco o vinho já seco lábios roxo de culpa
acusou o mundo de minha burguesia
atrevome a dançar as bodas semanais
exato São meus medos mesquinhos
meu "eu" pertence ao fundiário dos seres
resisto a ser dono do que não sou "eu"
amasso a conta bancária online
dígito os códigos aos garçons medíocres
que clamor sindical em vão
anúncio minha venda em bolsa de valores de madame
prostituo meu ser inviolavel vinho
danço com meretrizes suburbana
a dança hipócrita dos passados
passo pela mesa dos afortunados
saio a correr sem pagar a conta
apenas bebo pra esquecer a vida
tropeço em meu fiel destino
e caio na sargeta do meu eterno "eu".
Rodrigo szymanski
12/11/11
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