terça-feira, 5 de março de 2013


Era anoitecer. A Lua se recusava a dar seu ar da graça. Talvez não estivesse por que não queria aparecer, talvez por que era tímida, ou estava se escondendo por precaução. Ele a olhava com certa distancia. Não sabia o que dizer naquele momento. Ela dançava, sorria, e bebia com o avançar da noite. Ele tentava criar as coragens necessárias. Mesmo que evitasse, seus olhos sempre procuravam os olhos dela. Ansiava tirar ela dali, levar para um lugar onde só durassem eles dois. Mas não era possível, nem um olhar, nem um sinal. Era preciso esperar, olhava no relógio e percebia o tempo se desvairando. Somente uma oportunidade era necessária. Por sorte do destino ou criação do ocaso proposital. Estavam lado a lado. A mão dele alcançou os dedos dela. As mãos se juntaram. Era eterno, nada precisava ser falado. Ele fechou os olhos e sentiu o perfume que ela usava. Ambos estavam em silêncio. Mudos. Olharam-se. Sorriram um ao outro, um com o outro, os dois juntos. Nada dito. Os lábios se encontraram no silêncio os lábios se tocaram. E o beijo que era destinado se fez destino naquele momento. Não falaram, sentiram o beijo, o abraço, o cheio e os dedos brincando de ser enamorados. O silêncio é rompido, quando a lua abate as nuvens que a disfarçavam. Ele rompe o silêncio –olha a lua apareceu bela como você- ela sorri, e ficam abraçados olhando o céu.  

Rodrigo Szymanski

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