Era anoitecer. A Lua se recusava a dar seu ar da graça. Talvez não
estivesse por que não queria aparecer, talvez por que era tímida, ou estava se
escondendo por precaução. Ele a olhava com certa distancia. Não sabia o que
dizer naquele momento. Ela dançava, sorria, e bebia com o avançar da noite. Ele
tentava criar as coragens necessárias. Mesmo que evitasse, seus olhos sempre
procuravam os olhos dela. Ansiava tirar ela dali, levar para um lugar onde só durassem
eles dois. Mas não era possível, nem um olhar, nem um sinal. Era preciso
esperar, olhava no relógio e percebia o tempo se desvairando. Somente uma
oportunidade era necessária. Por sorte do destino ou criação do ocaso
proposital. Estavam lado a lado. A mão dele alcançou os dedos dela. As mãos se
juntaram. Era eterno, nada precisava ser falado. Ele fechou os olhos e sentiu o
perfume que ela usava. Ambos estavam em silêncio. Mudos. Olharam-se. Sorriram um
ao outro, um com o outro, os dois juntos. Nada dito. Os lábios se encontraram
no silêncio os lábios se tocaram. E o beijo que era destinado se fez destino
naquele momento. Não falaram, sentiram o beijo, o abraço, o cheio e os dedos brincando
de ser enamorados. O silêncio é rompido, quando a lua abate as nuvens que a disfarçavam.
Ele rompe o silêncio –olha a lua apareceu bela como você- ela sorri, e ficam abraçados
olhando o céu.
Rodrigo Szymanski
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