domingo, 30 de novembro de 2008

Não penso na noite que vira

Não penso na noite que vira
Deixo o dia passar na sua calmaria, correndo como a chuva
Escuto palavras de amor ditas sem amor
Som que reproduzem melodia de medo em meu coração
Deixo a noite chegar como a paz de um tiro
Rasgando assim o silencio morto de palavras sem rima
Escuto o que já não vejo mais
Vejo o que não escuto mais
Deixo o som passar
Buzinas de carros em minha janela sem flores
Deixo que a noite rasgue o véu do entardecer
No som de uma avenida sem vida uma pobre puta vida
A noite vem degustar vidas em morros sem lei
Um pastor grita um aleluia, um jovem fuma mais uma pedra
Deus se recolhe a noite, Nas igrejas já sem vidas
Mais surge nas margem de um subi mundo noturno
No olhar da menina que termina um programa
Na ultima pedra e o desejo de morte de um ser-droga
À noite não se defini é o mistério dos mistérios
É a filha rebelde da perfeição
Lugar de amores sem pudores
Eterna amiga dos sem amigos
Parceira das mesas com poços vazies e homem aos chão sem utopias
Deixo a noite chegar sem palavras
Sem rimas sem cismas
Sem musica, sem paixão
Sem dor, sem amor
Deixo-a vim sem você
Sem deus poder, mais com Deus-libertação
Deixo que a noite venha ao meu encontro
Parado sem palavras sem violão
Escutando as besteiras dita na televisão
Deixo a noite chegar como chega o dia
Não me desespero mais pelo escuro da noite, pois ao amanhecer a noite passara
Já não penso na noite que vira, só deixo ela chegar

Rodrigo Szymanski

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